Resenha: Proposta Inconveniente

Título: Proposta Inconveniente
Autor(a): Patricia Cabot (um pseudônimo da Meg Cabot)
Editora: Record
Número de páginas: 350
Classificação: 5/5

Anteontem (15/06)  eu estava navegando pela internet quando me deparei com a capa do livro Proposta Inconveniente, me "apaixonei" por ela e após ler a sinopse decidi que tinha que comprar esse livro. Além do mais, sou uma grande fã da Meg Cabot e sempre procuro ler os livros que ela escreve como Patricia Cabot.

"Apaixonada pelo capitão Connor Drake, Payton sonha em ser capitã de seu próprio navio. Ela cresceu desejando essa profissão exclusivamente masculina, mas agora deve abdicar disso tudo para conseguir um bom marido. O problema é que Connor só percebe seus sentimentos por Payton na véspera de seu casamento com outra. Quando o barco dos noivos parte rumo às Bahamas, ele é atacado e resta a Payton se infiltrar num navio de piratas para salvar a vida de seu amado. A coragem une os dois, e o resgate pode gerar mais frutos do que ela imaginou."

Payton Dixon é uma jovem inglesa que está prestes a completar 19 anos, mas ao contrário de outras garotas ela não teve uma criação e educação que era de se esperar. Ela cresceu vivendo em alto mar junto de seus irmãos mais velhos, seu pai e até seus 17 anos contou com uma cozinheira chamada Mei-Ling, que acompanhava os Dixon em quase todas as viagens. Seu vocabulário não é um dos mais educados, visto que Payton tem uma mania de falar alguns palavrões que aprendeu em portos diversos e certamente sabe como socar alguém. Por outro lado, não sabe o que se é esperado para se tornar uma boa dona de casa e uma boa mãe.
"Certamente considerava seu nível de educação melhor do que a maioria das garotas de sua idade. O que elas conheciam, além de penteados e mexericos? Ela conseguia baixar uma vela durante uma tempestade com vento forte; sabia traçar uma rota usando  como guia apenas a posição do sol e das estrelas no céu e sabia matar, despelar e cozinhar uma tartaruga marinha sem nenhum utensílio além de uma faca, algumas pedras e algas secas". 
No entanto, suas aventuras pelos mares juntos de seus irmãos estão prestes a acabar quando é anunciado que ela não vai ganhar o barco que tanto deseja - o Constant - e sim o capitão Connor Drake, e ainda descobre que vai ter que ficar em Londres para tentar arrumar um marido. Mas, Payton não quer se casar e o homem que ama - Connor Drake - desde seus 14 anos está prestes a se casar com outra mulher, e ela acredita que ele apenas a veja como uma criança.

"Mas depois ele vira com os próprios olhos que os amigos não tinham falado de uma criança. Ah, os irmãos de Payton a tratavam como uma, mas alguém na família - Georgiana, sem dúvida - percebera que ela já não era mais criança e decidira começar a obrigá-la a se vestir de acordo. E a verdade era que Payon Dixon dentro de um espartilho era muito diferente da Payton Dixon com a qual Drake estava acostumado, a que usava camisa e calça comprida. Payton Dixon dentro de um espartilho não era uma criança".   
E para conseguir o barco que tanto deseja e o homem que ama, Payton é acaba cometendo uma loucura ao se infiltrar em um navio pirata para salvar a vida de Drake. Esse convívio no navio pirata vai aproximar ainda mais os dois e o resultado disso é algo que ninguém poderia imaginar.

Sempre tive uma grande preferência por livros que se passam no século XIX e quando vi que essa história continha piratas, e que a personagem principal está longe de ser a donzela em perigo eu acabei devorando o livro em menos de um dia. Para quem gosta de uma boa aventura com uma pitada de comédia e romance, Proposta Inconveniente da Patricia Cabot é uma ótima escolha.

Resenha: Austenlândia

Título: Austenlândia
Autor(a): Shannon Hale
Editora: Record
Número de páginas: 240
Classificação: 3/5

Não faz muito tempo que eu li "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen, e assim como outras mulheres acabei me apaixonando pelo Mr. Darcy. Desde então venho cultivando uma grande adoração por Austen e isso fez com que eu prestasse atenção no livro "Austenlândia". O título por se só me fez pensar em uma terra da Jane Austen, com a capa que é um verdadeiro amor e bons comentários sobre a história foi impossível resistir ao livro.

"Jane Haye tem 33 anos e mora na New York atual. Bonita, inteligente e com um bom emprego, ela guarda um segredo constrangedor: é verdadeiramente obcecada pelo Sr. Darcy. Embora sonhe com ele, os homens reais com os quais se deparam são muito diferente dos que habitam sua fantasia. Justamente por isso, ela decide deixar de lado sua vida amorosa e aceitar seu destino: noites solitárias aconchegada no sofá assistindo a Colin Firth em seu DVD. Porém, esses não são os planos que sua rica e velha tia-avó Carolyn, tem para a moça. A única a descobrir o segredo de Jane deixa, em seu testamento, férias pagas para a sobrinha-neta na Austenlândia. A ideia é que Jane tenha uma legítima experiência como uma dama no início do século XX e consiga se livrar por vez por todas de sua obsessão. Contudo, para isso, ela terá que abrir mão do celular, da internet e até do uso de sutiãs em troca de tardes de leitura, espartilhos e... a companhia de belos cavalheiros." 

Bem no início da narrativa eu me identifiquei um pouco com a personagem Jane Haye, assim que ela é apaixonada por um personagem da literatura eu também já me apaixonei por muitos personagens, a diferença é que ela realmente é obcecada. E assim como todas as mulheres que leram Orgulho e Preconceito, ela acabou se apaixonando pelo Sr. Darcy ao ponto de se tornar obcecada por ele. Algo que não pode ser considerado como saudável para algumas pessoas.
"É sério, uma  mulher de trinta e poucos anos não deveria sonhar acordada com um personagem fictício de um mundo de 200 anos de idade a ponto de influenciar sua vida e seus relacionamentos reais e muito mais importantes". 
E com a morte de sua rica e velha tia-avó Carolyn, Jane descobriu que não iria ficar rica como estava imaginando, e sim que ganhou férias pagas para um lugar chamado Austenlândia, que se assemelha com um tipo de hotel, mas bem diferente. Com regras extremamente rígidas e que as pessoas vivem como se estivessem realmente vivendo em pleno início do século XX, os hóspedes acabam entrando em uma verdadeira peça de teatro, praticamente, ao fingirem serem pessoas totalmente diferentes. Alguns personagens que aparecem em Austenlândia são atores pagos para entreterem os hóspedes, na maioria mulheres que estão em busca de aventura e romance.

É evidente que Jane apresenta algumas dificuldades para seguir algumas das regras do local, como por exemplo, andar sozinha pelos jardins durante a noite, falar com os empregados, ou até mesmo fazer uso da tecnologia. E a medida que o tempo vai se passando é notável um dilema que vem crescendo dentro da mente de Jane: entrar de vez em toda aquela fantasia ou continuar se lembrando que tudo não se passa de atuação.
"Será que a própria Austen se sentia assim? Será que sentia esperança? Jane se perguntou se a escritora solteira já havia morado na Austenlândia e se tinha a sensibilidade parecida à de Jane: satisfeita, horrorizada, mas em verdadeiro perigo de se deixar levar".  
Essa é uma tarefa que se torna complicada de cumprir principalmente quando envolve o jardineiro Martin, consequentemente ele faz com que ela se lembre do mundo real. Por outro lado, o Sr. Nobley faz com que ela queira entrar  de cabeça em sua atuação em certos momentos. Mas em um momento ou outro é preciso acordar para a realidade.
"... Você já parou para pensar que pode ter entendido tudo errado? Que na verdade é você a minha fantasia?" 
O livro tem uma linguagem fácil de compreender, e a temática escolhida pela autora foi bem interessante. Pessoalmente eu já me peguei pensando em como séria viver no século XX/XIX e ao mesmo tempo em pleno século XXI. Os personagens em sua maioria são apaixonantes, principalmente o Sr. Noobley e a protagonista Jane, provavelmente qualquer mulher é capaz de se identificar com ela em algum quesito: seja um trágico histórico de relacionamento ou  paixão por algum personagem da literatura. Para quem está em busca de um livro fácil e divertido para ler Austenlândia, é uma boa escolha.

E para quem se interessar pelo livro, também existe um filme sobre ele. Ambos com uma pitada de comédia!